Ao longo da vivência na igreja é comum ouvir o questionamento a respeito do uso exclusivo de músicas de diversas origens em cultos de louvor e adoração. A fala de muitos membros tradicionais chega a ser imperativa: “Apenas músicas da Harpa devem ser tocadas nas igrejas”.
De fato, o apelo por essa identidade no meio musical se encontra na formulação de várias coletâneas e hinários próprios para as igrejas. O mais atual no Brasil é a harpa Cristã de atualização do ano de 1992, onde comumente se dá a impressão de que os hinos ali contidos são exclusivamente em sua origem. O que não é um fato.
Basta uma breve análise e leitura dos compositores e letristas dos hinos para descobrir alguns famosos como Beethoven, Haendel, William Gaither e Fanny Crosby.
Analisando também a autoria de algumas melodias da Harpa, observam-se algumas que nasceram fora do ambiente religioso como:
- “Vencendo vem Jesus” - Uma marcha militar do século XIX, famosa na Guerra Civil Americana.
Invocação e louvor- Tem origem no Hino Nacional do Reino Unido entre outros
• Castelo forte - Melodia tradicional da alemã que ganhou muitas adaptações, sendo elas populares e religiosas protestante.
Muitas melodias de canções protestantes foram baseadas em determinados estilos musicais vigentes e de períodos anteriores, tornando-se hinos, prática que Lutero denominou de “método de contrafação” (BURKE, 1995). Neste sentido, não eram elementos desarticulados da cultura. Hustad entende que, para os fiéis, era a letra dos cânticos que marcava o diferencial entre o sacro e o profano (HUSTAD, 1986). BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna: Europa, 1500-1800. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995
(Historia da musica ocidental, p. 290, Nova Fonteira, 1997)
"Lutero e outros músicos beberam de todas as fontes: modernas e antigas, religiosas e profanas, erduditas e populares. MUITAS VEZES, pois, novas letras foram adaptadas a uma melodia preexistente: o coral de Natal VON HIMMEL HOCH, DA KOMM'ISCH HER [do alto céu venho até aqui]... FOI RETIRADO DA CANÇÃO, ENTÃO NA MODA, Aus Fremden Landen Komm ich her [de um país estrangeiro venho até aqui]"...
(BURKE, Peter. Cultura Popular na Idade Moderna: E
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